Invisíveis, mas conectados

Editorial 4 de julho de 2025

Apesar de estar focada na praticidade em consumir algo, o que pode levar ao consumismo, que é o hábito em fazer compras em excesso, por vezes sem um propósito específico, a pesquisa – “Brasil Invisível: Insights sobre o consumidor de baixa renda” – aponta dados relevantes. Principalmente a respeito das classes D e E que despontam acima da média nacional no quesito comportamento no consumo digital.

Além de afirmar que irão aumentar os gastos em 2025, os brasileiros que recebem até dois salários mínimos, revelam seu desejo de ser incluído no mercado, sendo  visto pelo comércio lojista, com mais ofertas voltadas para esta classe. 

O interessante aqui, é o dado indicando que não há retração no consumo nesta classe social, pelo contrário, existem condições financeiras e conhecimento digital ao usar e confiar na internet. Desta forma surge a pergunta: o que poderia fazer esta camada da sociedade ao ser  liberada de pagar imposto de renda até 5 mil reais? 

Consumir mais fomentando a economia, capitalismo puro mas que os experts liberais do congresso eleitos por nós, insistem em barrar, ao mesmo tempo que protegem os super ricos de serem taxados numa proporção semelhante à nossa, mas ainda assim menor e injusta.

Outro ponto  importante: “Além da conexão intensa com os meios digitais, o estudo revela que os consumidores de baixa renda estão entre os mais engajados com causas sociais, ambientais e éticas. Temas como os direitos dos idosos (88%), inclusão de pessoas com deficiência (87%) e sustentabilidade (79%) aparecem entre os mais valorizados na hora da compra.”

Vejam só, demonstram mais empatia além de compromisso com o planeta e as gerações futuras.

Sabem quem não curte muito essas causas? Pois é, a mesma maioria do congresso unida aos milionários e bilionários conhecidos como super ricos e, que representam a ampla minoria do povo brasileiro. 

A ideia é, e sempre foi esta, nos manter invisíveis e consumindo, sem que sejamos percebidos, inclusive por nós mesmos. Da mesma forma que mantém seus empregados com baixos salários e produzindo, gerando o lucro que não é dividido e tampouco cobrado imposto, ao menos não na mesma proporção que nas classes D e E, incluindo a classe C, porque se você ainda não entendeu que não faz parte do alto escalão, merece realmente ser invisível. 

Paulo Leandro Rodrigues

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