Por: Mayara Leite – Redatora Seo On
Saúde – A pressão arterial de 12 por 8 (120/80 mmHg), tradicionalmente reconhecida como o valor “ideal”, acaba de ser reclassificada no Brasil. Agora, ela passa a ser considerada pré-hipertensão, segundo a nova diretriz divulgada nesta quinta-feira (18) durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em São Paulo.
A mudança foi oficializada em documento elaborado em conjunto pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). O objetivo é reforçar medidas de prevenção e incentivar o acompanhamento médico antes que a pressão evolua para níveis realmente hipertensivos.
O que mudou na classificação da pressão arterial
Pelos novos parâmetros, são enquadrados como pré-hipertensos aqueles que apresentam valores entre 120-139 mmHg de pressão sistólica e/ou 80-89 mmHg de pressão diastólica.
Antes, esse intervalo era considerado “normal limítrofe”. Agora, com a reclassificação, pacientes deverão ter maior atenção a hábitos de vida, exames regulares e possíveis recomendações médicas.
Outra alteração importante é a meta de tratamento: a pressão de todos os pacientes hipertensos deve ser mantida abaixo de 13 por 8 (<130/80 mmHg), independentemente da idade, do sexo ou da presença de outras doenças.
Alinhamento com diretrizes internacionais
A atualização segue a tendência de outras entidades médicas ao redor do mundo. No ano passado, o Congresso Europeu de Cardiologia já havia reduzido os limites da pressão considerada saudável. Nessas diretrizes, a chamada “pressão ideal” passou a ser 12 por 7 (120/70 mmHg).
Riscos associados à pressão elevada
Segundo os especialistas, a antecipação no diagnóstico é fundamental para diminuir os riscos de complicações graves, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.
“Reduzir os limites é uma medida estratégica para intervir mais cedo e evitar que milhares de pessoas desenvolvam quadros irreversíveis de hipertensão e suas complicações”, destacou o documento.
A hipertensão arterial é uma das doenças crônicas mais prevalentes no Brasil e no mundo, frequentemente silenciosa em seus estágios iniciais. Estima-se que ela atinja cerca de um terço da população adulta brasileira, sendo responsável por alta taxa de mortalidade cardiovascular.
Fonte: Portal CNN