No mês de outubro, o mundo se pinta de rosa em apoio à conscientização sobre o câncer de mama. No entanto, um grupo específico merece atenção especial: às mães de crianças autistas, frequentemente chamadas de mães atípicas. Essas mulheres enfrentam não apenas os desafios diários de criar filhos com necessidades especiais, mas também a negligência do autocuidado, o que pode aumentar o risco de doenças graves, como o câncer de mama.
Pesquisas revelam que as mães de crianças autistas costumam colocar as necessidades dos filhos acima das suas, o que resulta em uma diminuição significativa na frequência com que realizam exames de rotina e consultas médicas. Um estudo publicado na revista “Journal of Autism and Developmental Disorders” mostra que essas mães têm uma maior probabilidade de relatar estresse psicológico, o que pode impactar negativamente sua saúde física.
De acordo com a oncologista Dra. Ana Paula Mendes, a falta de autocuidado e de exames preventivos pode levar a um diagnóstico tardio do câncer de mama. “As mães que se dedicam intensamente aos cuidados dos filhos muitas vezes negligenciam sua própria saúde. Isso é preocupante, pois o câncer de mama, quando detectado precocemente, tem altas taxas de cura”, explica.
Além disso, um estudo da Universidade de São Paulo (USP) revelou que mães de crianças com autismo apresentam uma taxa de depressão e ansiedade significativa, que pode estar ligada à sobrecarga emocional e à falta de suporte social. Essa combinação de fatores não apenas afeta a saúde mental dessas mães, mas também contribui para a falta de cuidados preventivos, como mamografias e consultas ginecológicas.
Para conscientizar sobre esses desafios, diversas organizações têm promovido campanhas durante o Outubro Rosa, focando não apenas na importância da detecção precoce do câncer de mama, mas também na necessidade de cuidar da saúde mental e física das mães atípicas. O projeto “Mães que Cuidam” é um exemplo. A iniciativa oferece suporte psicológico, grupos de apoio e informações sobre saúde, ajudando essas mulheres a encontrar tempo e recursos para se cuidar.
A psicóloga e especialista em saúde da mulher, Dra. Fernanda Ribeiro, enfatiza a importância de criar uma rede de apoio. “É vital que essas mães tenham acesso a grupos de apoio, onde possam compartilhar suas experiências e se sentir compreendidas. Isso não só melhora o bem-estar emocional, mas também as encoraja a cuidar de si mesmas”, comenta.
Neste Outubro Rosa, a mensagem é clara: cuidar de quem cuida é fundamental. As mães atípicas não devem se sentir sozinhas nessa jornada. O autocuidado é uma forma de amor, tanto para elas mesmas quanto para seus filhos. É hora de quebrar o ciclo da negligência e priorizar a saúde, promovendo um futuro mais saudável e feliz para todas as famílias.
Que este mês inspire mudanças e um olhar mais atento para a saúde das mães atípicas, que merecem tanto amor e cuidado quanto aqueles que dedicam a seus filhos.
Modelos: Mães Atípicas
Por Carine Rodrigues Siga nosso Instagram: @brilhando_juntos_