MULHER RESGATADA DA CASA DE DESEMBARGADOR DE SC EM INVESTIGAÇÃO POR TRABALHO ESCRAVO ‘TEM DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO BÁSICA’

MPT divulgou informação ao falar sobre a visita que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida fez a mulher

A mulher que foi resgatada da casa do desembargador Jorge Luiz de Borba, investigado por mantê-la em condição análoga à escravidão em Santa Catarina, “tem dificuldades de comunicação básica”. A informação foi divulgada pelo Ministério Público do Trabalho no fim da tarde de quarta-feira (2), mais de dois meses após ela ser retirada da residência do magistrado.

O órgão divulgou a informação ao falar sobre a visita que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, fez à mulher na terça-feira (1º). Segundo o MPT, a trabalhadora doméstica, que é surda, tem sido assistida pela Associação de Surdos da Grande Florianópolis (ASGF).

Conforme as investigações, Borba e a esposa teriam, na casa, a mulher que realizava tarefas domésticas das mais diversas, mas não possuía registro em carteira de trabalho e não recebia salário. Após a deflagração da ação, em maio deste ano, o desembargador disse que iria adotá-la e incluí-la na herança.

Em Florianópolis, Silvio Almeida inteirou-se dos processos de inclusão social, comunitária e educacional aos quais a mulher resgatada tem se integrado.

Segundo a presidente da ASGF, Sandra Lúcia Amorim, a mulher participa de aulas de dança, ginástica, Libras e tem bom vínculo com os colegas. Também demonstra boa memória e maior capacidade de expressão quando exposta aos estímulos visuais.

Quando a ação foi deflagrada, em 6 de maio, o Ministério Público Federal afirmou que a mulher nunca teve instrução formal e não possui o convívio social resguardado.

Em 12 de maio, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) confirmou que foi instaurada uma reclamação disciplinar em desfavor do magistrado sobre o caso. O g1 questionou o MPF nesta quinta-feira (3) para saber qual fase a investigação está. Até a última atualização do texto, não houve retorno.

A reportagem também procurou o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) para saber se o magistrado gostaria de atualizar a manifestação e se o órgão queria se pronunciar sobre o caso. Também não houve resposta.

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