Por: Mayara Leite – Redatora Seo On
São José – Mais de 200 famílias instalaram barracas em um terreno público federal às margens da BR-101, no bairro Bela Vista, em São José, Grande Florianópolis, na madrugada deste domingo (21). O acampamento improvisado chamou atenção das autoridades e da população local, refletindo a crescente demanda por moradia popular na região.
Ação organizada e sem conflitos
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou a ocupação desde o início e confirmou que não houve confronto. Segundo Leandro Andrade, chefe da delegacia da PRF de São José, a ação ocorreu de forma pacífica e ordenada. “Nosso trabalho foi garantir a segurança de todos, mantendo a ordem no local”, afirmou.
O acampamento contou com apoio do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), que auxiliou na organização e logística das famílias. O grupo reivindica políticas públicas efetivas de habitação, citando a escassez de moradias populares e a dificuldade de acesso a programas habitacionais.
Reivindicações e contexto social
A ocupação expõe a situação de vulnerabilidade habitacional que afeta milhares de pessoas em Santa Catarina e em outras regiões do país. Segundo dados recentes do IBGE, a carência por moradia adequada tem aumentado, especialmente em áreas urbanas próximas a centros econômicos. Movimentos sociais alertam que ações como essa evidenciam a necessidade de investimentos mais consistentes em habitação de interesse social.
Após a saída das famílias, um caminhão da prefeitura será enviado para limpar e recuperar o terreno, evitando riscos à segurança viária e à saúde pública. Apesar da remoção temporária, especialistas apontam que a solução para o problema passa por políticas habitacionais estruturadas, e não apenas por despejos pontuais.
Impactos e próximos passos
A ocupação na BR-101 também gerou impactos no tráfego local, embora a PRF tenha gerenciado a situação sem registro de acidentes. A ação evidencia a pressão social crescente sobre o poder público para oferecer alternativas de moradia digna. Líderes do MTST afirmaram que pretendem dialogar com autoridades municipais e federais para apresentar propostas de habitação e políticas públicas voltadas às famílias em situação de vulnerabilidade.
A situação de São José reflete um desafio nacional: equilibrar direitos à moradia, segurança urbana e políticas públicas efetivas, garantindo que famílias não sejam obrigadas a recorrer a ocupações improvisadas para garantir abrigo.
Fonte: Portal ND+