Entrevista com o Dr. Lindolfo Morateli, diretor técnico do hospital, revela melhorias na emergência, ampliação de especialidades e a chegada dos primeiros leitos de UTI
Por Jornal Top
Quatro meses após assumir a direção técnica do Hospital São Francisco de Assis, o Dr. Lindolfo Morateli recebeu novamente o Jornal Top para uma conversa franca sobre os desafios enfrentados, as conquistas recentes e os planos para o futuro. A entrevista revela uma gestão pautada pela técnica, pela escuta ativa da comunidade e pela busca constante por melhorias no atendimento.
Entrevista
Jornal Top: Doutor Lindolfo , como estava a situação do hospital quando vocês assumiram a direção técnica?
Dr. Lindolfo: Pegamos a emergência numa situação complicada, com tempo de espera muito acima do ideal. Cerca de 40% dos pacientes aguardavam mais do que o tempo recomendado pela classificação de risco catarinense. Hoje, conseguimos reduzir esse número para cerca de 10 a 15%. Nosso objetivo é chegar a zero.
Jornal Top: E como a população pode colaborar para que esse tempo seja ainda menor?
Dr. Lindolfo: É importante que as pessoas entendam que nem todo caso precisa ser tratado na emergência. Muitos poderiam ser resolvidos na atenção básica. A classificação de risco ajuda nisso — os casos verdes, por exemplo, podem esperar até 120 minutos. Mesmo assim, temos conseguido reduzir esse tempo também.
Jornal Top: Há uma classificação azul que não é muito conhecida. O que ela representa?
Dr. Lindolfo: São pacientes que vêm para renovar receitas ou resolver pendências administrativas, como exames não realizados. Eles são triados e podem ser atendidos, mas sempre respeitando a prioridade dos casos mais graves.
Jornal Top: Houve mudanças no corpo clínico?
Dr. Lindolfo: Sim, mesclamos médicos antigos, com boa formação e relação com os pacientes, com profissionais experientes vindos de grandes hospitais da região. Isso começou na emergência e agora se estende ao centro cirúrgico e à UTI. Temos nomes como Dr. Bruno Abdalla e Dr. Robson Amaral, além de novas especialidades como urologia, proctologia, ginecologia e cirurgia plástica.
Jornal Top: Como está a estrutura de internação e cirurgias?
Dr. Lindolfo: Temos 50 leitos, mas realizamos muitas cirurgias ambulatoriais, como oftalmologia e procedimentos estéticos. Isso nos permite atender cerca de 100 pacientes por dia. Em agosto, esperamos realizar cerca de 300 cirurgias.
Jornal Top: E os novos leitos de UTI?
Dr. Lindolfo: São cinco leitos, fruto de parceria com o Estado. É um projeto piloto que visa ampliar a capacidade da região, que tem déficit de UTI. Estamos numa área estratégica, próxima à BR, e isso vai beneficiar muito a população.
Jornal Top: Como é a relação entre a parte técnica e a gestão política?
Dr. Lindolfo: Temos autonomia total para montar o corpo clínico e tomar decisões técnicas. A parceria com o prefeito Gustavo e a interventora Geisa tem sido positiva, mas a política não interfere na parte técnica, e isso é essencial.
Jornal Top: Alguma consideração final?
Dr. Lindolfo: Agradeço a oportunidade. Sabemos que problemas pontuais podem surgir, especialmente na emergência, mas temos canais de ouvidoria para que tudo seja resolvido de forma técnica e organizada. Queremos ouvir o paciente, que é quem realmente importa.
Recomendação ao público
A direção do Hospital São Francisco de Assis reforça a importância de utilizar os canais oficiais de ouvidoria para reclamações e sugestões. Isso garante que os problemas sejam registrados e resolvidos com mais agilidade.
