Em abril, o e-commerce chinês inaugurou seu primeiro escritório no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 20, que a e-commerce chinesa Shein pretende nacionalizar 85% de suas vendas em quatro anos, com produtos feitos no Brasil.
“Eles próprios vão dar seus números de investimento e de geração de oportunidade no mercado brasileiro. Uma coisa para nós muito importante também é que vejam o Brasil não só apenas como mercado consumidor, mas como uma economia de produção”, afirmou o ministro.
A reunião com a Shein teve o acompanhamento do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, que intermediou o entendimento com a empresa, segundo Haddad. “Em virtude do anúncio de geração de empregos no Brasil, fez questão de acompanhá-los, inclusive para testemunhar o compromisso firmado. Recebi uma carta formal com esses compromissos, uma apresentação dos propósitos da empresa no Brasil”, afirmou Haddad.
A Shein aderiu ao plano de conformidade da Receita Federal, de acordo com Haddad. “Estão dispostos a fazer aquilo que for necessário para normalizar as relações com o Ministério da Fazenda”, afirmou o ministro. “Segundo eles, se a regra valer para todo mundo, absorverão os custos dessa conformidade.”
Haddad salientou que quis se reunir com a Shein antes da reunião com os representantes do varejo, como do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), prevista para o começo da tarde na capital paulista.
“Até para levar ao IDV algum resultado dessa negociação preliminar, para tranquilizar os empregadores brasileiros de que vão ter condição de se manter e continuar gerando empregos, tudo na direção correta, de buscar ambiente de negócios que seja igual para todo mundo, que ninguém leve vantagem sobre ninguém”, afirmou Haddad. “Nosso interesse é que haja concorrência, que o consumidor seja o maior beneficiado dessa concorrência”, acrescentou o ministro.
Antes do recuo no fim da isenção de impostos, Shopee enviou uma carta ao governo e a resposta surpreendeu
Alvo de discussões acaloradas no país nas últimas semanas, a empresa Shopee se pronunciou sobre toda a polêmica envolvendo a taxação das vendas da companhia. Por meio de uma carta enviada ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) os diretores disseram que concordavam com a ideia de acabar com isenção para encomendas de até US$ 50, o que surpreendeu muitos brasileiros.
“A mais recente política anunciada sobre imposto de importação de produtos de baixo valor está totalmente alinhada com a missão da Shopee de promover produtos locais e o empreendedorismo. Apoiamos totalmente esta decisão”, disse a empresa por meio da carta enviada ao Ministro da Fazenda na última semana.
“Mais de 60 mil vendedores já fizeram o treinamento da Shopee. Nesse contexto, buscamos o diálogo com diversos órgãos governamentais para estabelecer parcerias voltadas à capacitação de pequenos empreendedores”, segue o texto enviado pela empresa que tem sede em Singapura.
Curiosamente, o documento chegou às mãos do Ministro Fernando Haddad antes do recuo do Governo Federal. No último dia 18, o chefe da pasta econômica anunciou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou que ele desistisse da ideia de acabar com a isenção de impostos para encomendas de até US$ 50.