RenovaBio transforma o etanol em protagonista da descarbonização no Brasil

RenovaBio
Por: Mayara Leite – Redatora Seo On

Meio Ambiente – O etanol, combustível que surgiu como resposta à crise do petróleo, hoje ocupa papel central na transição energética brasileira, tanto nas cidades quanto no campo. Presente em todos os tanques de veículos leves e da frota urbana — seja diretamente ou na gasolina, que contém até 30% de etanol anidro —, o biocombustível se consolida como vetor essencial de energia limpa e renovável.

De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2024, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME), o etanol é o terceiro combustível mais consumido no setor de transportes, com participação de 17,3%, avanço de 6% em relação ao ano anterior. O combustível também é responsável por elevar a participação de energia renovável no transporte para 22,5% em 2023.

Avanços no campo com mecanização sustentável

Além da mobilidade urbana, o etanol se destaca no setor agrícola. Segundo Alfredo Miguel Neto, diretor da John Deere América Latina, a transição energética está ligada à mecanização sustentável em todos os sistemas de produção. A empresa lançou recentemente o primeiro trator movido a etanol, ampliando a contribuição do campo na redução de emissões de CO₂.

RenovaBio e os CBIOs: incentivando a descarbonização

O RenovaBio, instituído pela Lei nº 13.576/2017, é a principal política de biocombustíveis do país, criando mecanismos que estimulam a redução da intensidade de carbono da matriz de transportes. Um dos principais instrumentos são os CBIOs (Créditos de Descarbonização), que remuneram produtores de biocombustíveis com melhor desempenho ambiental. Cada CBIO equivale a uma tonelada de carbono evitada.

Para emitir CBIOs, o produtor deve se credenciar junto à ANP e passar por auditoria de sua pegada de carbono. Distribuidoras de combustíveis fósseis têm obrigação legal de adquirir CBIOs, mas também existe um mercado voluntário, permitindo que empresas e pessoas físicas compensem suas emissões de CO₂.

Impacto ambiental e resultados concretos

As usinas associadas à Copersucar emitiram 6 milhões de CBIOs na safra 2024/2025, evitando a emissão de 6 milhões de toneladas de CO₂ — aumento de 16% em relação à safra anterior. Além disso, o etanol comercializado pelo ecossistema Copersucar evita 26 milhões de toneladas de CO₂ por ano, equivalente a um terço das emissões da frota brasileira de automóveis movidos a gasolina.

Segundo Priscilla Cortezze, diretora de comunicação e sustentabilidade da Copersucar, “nosso papel é conectar usinas produtoras de etanol a distribuidores e mercados internacionais, com rastreabilidade e certificação, viabilizando um modelo energético que alia escala, segurança de abastecimento e compromisso com o clima”.

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Etanol como protagonista da mobilidade e sustentabilidade

O etanol deixa de ser apenas alternativa à gasolina e se torna protagonista da descarbonização no Brasil, integrando transporte urbano, agricultura e políticas públicas como o RenovaBio. O avanço tecnológico e o mercado de CBIOs mostram que é possível aliar economia, inovação e preservação ambiental, consolidando o país como referência em biocombustíveis sustentáveis.

Fonte: Portal CNN

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