Registros de fogo no Brasil caíram 46% no 1º semestre, indica INPE

Dados preliminares do LASA/UFRJ reforçam tendência e mostram registro zero de fogo em três biomas em junho, com queda nos demais

Enfim, uma boa ambiental. Segundo dados do INPE, houve uma queda de 46% no número de focos de fogo no 1º semestre deste ano, em comparação com igual período de 2024. Essa tendência foi verificada também pelo Laboratório de Aplicações de Satélites (LASA) da UFRJ, que mostra uma redução de 47% na mesma comparação.

De acordo com o INPE, foram registrados 19.277 focos de fogo no país de janeiro a junho de 2025, ante 35.938 focos no 1º semestre de 2024. O estado com mais registros é Mato Grosso, com 3.538 focos (18,4% do total), seguido por Tocantins, com 2.623 (13,6%), Bahia, com 1.992 (10,3%), e Maranhão, com 1.946 (10,1%).

O Pará, normalmente nas primeiras posições deste ranking, aparece em quinto, com 1.203 registros (6,2%). O estado-sede da COP30 registrou uma queda de 37% em comparação com os seis primeiros meses de 2024, quando o INPE contabilizou 1.904 casos. O valor, no entanto, representou uma parcela inferior na comparação com o total brasileiro (5,3%).

Já a Folha repercutiu dados do LASA/UFRJ que contabilizam 17.608 focos de calor em todo o país entre 1º de janeiro e 23 de junho deste ano, ante 33.368 em igual intervalo temporal de 2024. Para o secretário de controle do desmatamento do MMA, André Lima, a redução é resultado das medidas implementadas pelo governo após a crise do fogo de 2024.

“A expectativa é que neste ano a gente tenha menos incêndios do que no ano passado. Porém, é o 3o ano seguido com chuvas abaixo da média, então estamos com todos os esforços voltados para melhorar o sistema [de proteção] e implantar efetivamente a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que é a grande novidade do ano passado para cá”, explicou.

Em junho de 2024, a chegada antecipada da seca causou uma explosão de incêndios, quando o comum é que o aumento do fogo aconteça apenas no 2º semestre. Este ano, porém, o cenário é diferente. A área queimada na 1ª quinzena de junho foi de 91,3 mil hectares (ha), 87% menor que os 703,8 mil ha observados no período em 2024.

Se no ano passado todos os biomas tiveram alta de incêndios já em junho, neste ano Pampa, Mata Atlântica e Pantanal – este último, o mais devastado pelo fogo nos seis primeiros meses de 2024 – ainda não tiveram nenhum hectare de área queimada. Já na Amazônia, na Caatinga e no Cerrado houve queda de cerca de 80% neste índice.

No entanto, Lima lembra que o período mais crítico para os incêndios florestais está só no começo: “Não posso comemorar, porque de fato a seca vai começar agora em julho, agosto e vai até setembro, outubro. Certamente teremos incêndios em todos os biomas, mas a expectativa é que, em função do fator climático mais próximo do normal, a gente tenha menos incêndios”.

O Globo, InfoMoney e Brasil 247 repercutiram os dados.

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