O programa europeu Copernicus confirmou 5ª feira (6/7) que o mês passado foi o junho mais quente das últimas três décadas em todo o mundo. Ondas de calor em solo e no mar puxaram a temperatura média global para cima, que ficou 0,53oC acima da média observada entre 1991 e 2020.
De acordo com o Copernicus, as maiores anomalias foram registradas no noroeste da Europa, com Irlanda, Reino Unido, Bélgica e Países Baixos experimentando o junho mais quente em pelo menos 150 anos. A França e os países escandinavos também tiveram um mês particularmente mais quente do que o normal.
No resto do mundo, o calor foi marcante em boa parte da América do Norte, especialmente no Canadá, no norte do México e no sul dos Estados Unidos. O sul da América do Sul, o sudeste da África, boa parte da Índia, Irã, noroeste da Rússia e leste da Austrália também sofreram com temperaturas altas. Em compensação, os termômetros ficaram mais baixos que o normal no sul dos Balcãs, nos sudoeste e leste dos Estados Unidos, na região central da América do Sul, em partes do norte da África e no sul da Ásia, além de no oeste da Austrália.
Nos oceanos, a média de temperatura também foi maior em junho. Ondas de calor no Atlântico Norte e no Pacífico Central, este diretamente relacionado com a ocorrência do fenômeno El Niño, apresentaram forte calor na superfície oceânica. Outras áreas, como o Mar do Japão e a porção ocidental do Oceano Índico, também experimentaram temperaturas mais altas no último mês.
O junho mais quente dos últimos 30 anos sucedeu o maio mais quente do mesmo período, o que sugere uma tendência de alta das temperaturas globais para os próximos meses, puxada principalmente pelos efeitos climáticos do El Niño. Só nesta semana, o recorde foi batido duas vezes seguidas. Assim, as chances de 2023 fechar como o ano mais quente já registrado são cada vez mais expressivas.
“A situação que estamos testemunhando agora é a demonstração de que as mudanças climáticas estão fora de controle e mais uma razão para aumentar a ambição e aumentar a Justiça”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, citado pela Associated Press. “Se persistirmos em adiar as principais medidas necessárias, acho que estamos entrando em uma situação catastrófica, como demonstram os dois últimos recordes de temperatura.
”AFP, Bloomberg, CNN, Folha, NY Times, Reuters e Washington Post, entre outros, destacaram a análise do Copernicus e as altas temperaturas registradas nesta semana ao redor do mundo.
ClimaInfo