Joinville, com quatro alvos, é a cidade com o maior número de investigados no Estado; Florianópolis e Blumenau também aparecem na lista
A Operação “Gun Project”, que mira grupos neonazistas em Santa Catarina, tem como alvo moradores de quatro cidades do estado. Ao todo, são sete pessoas envolvidas na investigação em Joinville, Blumenau, Florianópolis e Curitibanos. Entre eles, há servidores públicos, empresários e estudantes da universidade federal.
Joinville, com quatro alvos, é a cidade com o maior número de investigados. Um deles é um estudante de 28 anos, nascido em Taió, no Alto Vale do Itajaí, sem antecedentes criminais; o outro é um servidor público federal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de 30 anos, também sem histórico de crimes.
A cidade do Norte de Santa Catarina tem ainda outros dois envolvidos, ambos com 33 anos e histórico criminal. Um deles é analista de sistemas e tem passagens por posse de drogas e lesão corporal contra mulher; o outro alvo é servidor público no Arquivo Histórico de Joinville e tem passagem por ameaça, injúria e violência doméstica.
Em Blumenau, o único investigado na operação tem é empresário, tem 37 anos e não tem registros de crimes cometidos. Já em Florianópolis é um jovem, de 23 anos, desempregado e com passagens por ameaça e injúria.
Por fim, em Curitibanos, o suspeito de ser neonazista tem 23 anos, é nascido em Santos (SP) e é estudante de Agronomia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele não tem histórico criminal.
Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão ao todo, o que se estendeu a mais seis cidades divididas entre outros três estados: São Paulo (Praia Grande), Paraná (Curitiba, Maringá e Marialva) e Rio Grande do Sul (Nova Petrópolis e Passo Fundo).
Foi recolhida com a operação uma grande quantidade de artigos de cunho nazista e extremista, quatro armas de fogo, munições, celulares e computadores. Além disso, dois suspeitos foram presos em flagrante, ambos fora de Santa Catarina.
Servidor do Arquivo Histórico de Joinville é investigado
Entre os investigados em Joinville está um servidor público que trabalha como tradutor de alemão no Arquivo Histórico da cidade. A Polícia Civil não revelou a lista dos nomes envolvidos, mas a reportagem do AN apurou e confirmou que um dos investigados se trata deste servidor.
O servidor está afastado do Arquivo Histórico de Joinville e não há previsão de quando ele retornará aos serviços.
A investigação da Polícia Civil ainda aguarda perícias e deve seguir para novas fases nos próximos meses.
Procurada pela reportagem do AN, a prefeitura de Joinville afirma que não vai se manifestar sobre o caso até a investigação ser encerrada. O município acompanha a situação administrativa de todos os servidores que passam por um processo de afastamento.