CUSTO DA MÃO DE OBRA E PROFISSIONALIZAÇÃO SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL

90% das empreiteiras relatam dificuldades para a contratação de profissionais qualificados

Marcado pela informalidade, o setor de construção civil é desafiado pelo custo da mão de obra, considerado como o principal fator para o aumento do valor total de construções. É o que diz o estudo Panorama da Construção Civil, realizado pela Obramax.

De acordo com o levantamento, o motivo tem causado o aumento do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) e do Sinapi, visto como os principais da área. “Este aumento se deu por causa dos acordos coletivos que aconteceram no primeiro semestre do ano passado. Naquela época, tínhamos uma inflação de dois dígitos e isso refletiu no contexto de pressão da mão de obra”, explica Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção da FGV-Ibre.

Segundo a pesquisa anual da varejista de construção, o pedreiro brasileiro é um homem de 44 anos, com ensino médio completo e que trabalha 44 horas semanais. O perfil representa 49,1% dos profissionais da área. Destes, 68% trabalham na informalidade.

Profissionalização e remuneração do setor

Segundo pesquisa da Câmara Brasileira da Construção Civil, 90% das empreiteiras relatam dificuldades para a contratação de profissionais qualificados. Pedreiros são os mais escassos, pontuando 82%. Carpinteiros (79%), mestres de obras (75%) e encarregados de obra (70%) também figuram na lista.

Mesmo com dificuldades, a remuneração média dos profissionais do setor cresceu 19,09% entre maio de 2020 e novembro de 2022. Hoje, a média é de ganhos mensais de R$ 2.007. Santa Catarina é o estado que melhor remunera pedreiros, com média de R$ 2.199,15 e teto de R$ 3.323,43.

Na contramão, o Rio Grande do Norte é a unidade da federação com menores salários, apresentando média de R$ 1.608,52 e teto de R$ 2.430,85.

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