Por: Mayara Leite – Redatora Seo On
Florianópolis – O padrasto do menino Moisés Falk da Silva, de apenas quatro anos, se tornou réu no processo judicial que investiga a morte da criança em Florianópolis, ocorrida no dia 17 de agosto. Ele responderá por homicídio duplamente qualificado, após o recebimento da denúncia pelo Poder Judiciário, oferecida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Denúncia rejeitada contra a mãe
A denúncia apresentada contra a mãe de Moisés, que está grávida de seis meses, foi rejeitada pela Justiça. O MPSC informou que analisará cuidadosamente a decisão e pode recorrer na próxima semana para que a acusação seja reconsiderada. Durante a investigação, a mulher permanece sob medidas cautelares, incluindo comparecimento a todos os atos processuais, recolhimento domiciliar noturno e manutenção de endereço e telefone atualizados.
Maus-tratos e histórico de violência
Moisés, autista não verbal, foi levado sozinho até a casa de uma vizinha para pedir ajuda pouco antes de ser atendido na UPA do MultiHospital, no bairro Carianos, onde chegou praticamente sem sinais vitais. Laudos médicos e perícias indicam que a criança sofria maus-tratos há meses.
O legista constatou ferimentos compatíveis com agressões, incluindo marcas de mordida no rosto, hematomas no tórax e costas, além de escoriações nos dedos da mão direita, indicativas de tentativa de defesa. Registros anteriores mostram que, em 22 de maio, Moisés já havia sido atendido no Hospital Infantil Joana de Gusmão com manchas roxas no rosto, orelhas, abdômen e lábio. Na ocasião, o padrasto alegou que a criança havia caído da cama.
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Depoimentos e investigações
Segundo vizinhos, a criança era constantemente vítima de agressões. A mãe, de acordo com relatos, tentava justificar os hematomas afirmando que eram provocados por uma doença autoimune em fase de diagnóstico. O padrasto, Richard da Rosa Rodrigues, de 23 anos, permanece preso preventivamente desde a audiência de custódia, enquanto a mãe cumpre as medidas cautelares impostas pela Justiça.
O caso segue sendo acompanhado pelo MPSC e pela Polícia Civil, que investigam todas as circunstâncias da morte de Moisés, com foco em garantir responsabilização legal dos envolvidos e reforçar mecanismos de proteção a crianças em situação de risco.
Fonte: Ministério Público de Santa Catarina