Por: Mayara Leite – Redatora Seo On
Saúde – O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição do neurodesenvolvimento que se manifesta de formas variadas em cada pessoa, afetando comunicação, comportamento e interação social. Embora muitos casos sejam identificados na infância, há situações em que os sinais passam despercebidos, levando a um diagnóstico apenas na fase adulta. Essa descoberta tardia pode trazer alívio e clareza, mas também revela desafios específicos, principalmente em contextos sociais e profissionais.
Sintomas sutis que indicam autismo em adultos
Entre os sinais menos evidentes estão comportamentos como a ecolalia, que consiste na repetição de palavras, frases ou sons ouvidos, seja imediatamente ou algum tempo depois. Esse comportamento pode servir como uma forma de processar informações ou encontrar conforto em situações estressantes.
O esgotamento social é outro indicativo frequente. Participar de eventos ou interações exige esforço constante para interpretar expressões, regras implícitas e sinais não verbais, o que pode gerar cansaço extremo. Para se recuperar, muitas pessoas autistas precisam de momentos de isolamento, buscando restaurar sua energia mental e emocional.
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A dificuldade em interpretar sinais sociais também é comum. Adultos com TEA podem compreender situações de forma literal, sem perceber nuances como sarcasmo, ironia ou indiretas, o que pode gerar mal-entendidos tanto em relações pessoais quanto no ambiente profissional. Associado a isso, a comunicação direta e objetiva é característica marcante, muitas vezes confundida com frieza ou ingenuidade, apesar de ser uma forma natural de expressão para quem vive no espectro.
A importância do diagnóstico precoce
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de dois milhões de pessoas no Brasil apresentam TEA. Desde o Censo de 2022, perguntas específicas sobre o transtorno passaram a integrar o levantamento nacional, permitindo dados mais precisos sobre a população autista.
O diagnóstico precoce continua sendo fundamental. Identificar o autismo na infância possibilita o acesso a terapias e estratégias de adaptação, promovendo maior independência e melhor qualidade de vida. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamentos como a terapia cognitivo-comportamental, integração sensorial e acompanhamento médico em casos específicos.
Desafios e apoio na vida adulta
Receber o diagnóstico já na vida adulta não é incomum e exige atenção para os desafios que surgem em diferentes esferas da vida. Especialistas reforçam que o apoio contínuo e a conscientização social são cruciais para garantir inclusão, bem-estar e oportunidades equitativas para pessoas autistas em todas as fases da vida.
Fonte: Portal Catraca Livre