A AMEAÇA DO ASSÉDIO ELEITORAL EM OUTUBRO

Estudo aponta: patrões tentaram mudar o voto de seus empregados como nunca, em 2022

Mais de cinco anos depois de intimidar com insistência seus funcionários, para votar em Bolsonaro nas eleições de 2018, o empresário Luciano Hang foi finalmente condenado. A 7ª Vara da Justiça do Trabalho de Florianópolis impôs-lhe multa de R$ 85 milhões, por ter insistido na prática mesmo após advertido. Mas seus atos são apenas a ponta de um gigantesco iceberg.

Um estudo de pesquisadores da UFBA, publicado em julho do ano passado na revista Cadernos do CEAS demonstrou que o assédio eleitoral praticado por empresários disparou nas eleições presidenciais seguintes, de 2022. Como muito pouco foi feito para coibi-lo, é provável que retorne este ano. Os números são de assustar. As denúncias de assédio saltaram de 212, em 2018, para 2.838, num crescimento de 1339%. O trabalho, do qual participou Graça Druck, colaboradora de Outras Palavras, é essencial para compreender e enfrentar uma grave ameaça aos candidatos progressistas, nas eleições de outubro. Ele descreve o avanço quantitativo e qualitativo do assédio, atribuindo-o à “cultura neoliberal típica do aprofundamento do capitalismo”, que promove “enfraquecimento e ruptura com os compromissos democráticos, ao passo que amplia o domínio do mercado, que passa a ter poderes políticos nas decisões de governo e em outras formas”.

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