O casal Camila e Gustavo, creem em negligência médica no atendimento em 2 hospitais públicos de Florianópolis. Diagnosticado com gripe no primeiro momento e gases na segunda ida ao hospital, a família retornava para casa na expectativa da melhora do bebe e acreditando no que diziam os profissionais. No final, após quatro dias de angústias e sofrimentos a família voltou ao hospital devido a piora do estado de saúde do bebe mas a criança não resistiu e faleceu. Laudo aponta um quadro de pneumonia (não diagnosticado anteriormente) como provável causa da morte.
A família Correia entende ser importante tornar público o caso, para que algo semelhante não aconteça novamente, também exige melhores explicações e que medidas corretivas sejam cumpridas, além da justiça esclarecer o caso.
Relato
Samuel Edson Correia foi levado pelos pais para atendimento médico pela primeira vez em 23 de agosto, uma quarta-feira, no Hospital Florianópolis. Na ocasião, uma médica teria informado ao casal que o bebê poderia estar com gases. Ele foi medicado e liberado no mesmo dia.
Os pais voltaram com a criança ao mesmo hospital no sábado (26). Ele seguia com sintomas, entre eles tosse e bastante choro. O menino foi submetido a exames, que não mudaram o diagnóstico.
Após mais uma noite em claro, a família levou o menino de novo à unidade, mas de lá foi encaminhado ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, referência no atendimento infantil, onde passou por novo raio X.
O diagnóstico teria sido mantido e, após ser medicado com remédio de dor e gases, foi liberado.
“Falei que as fezes estavam com cor diferente, e o médico disse que era normal. Falei que ele não estava mais mamando, e ele disse que era por causa da dor”, relata a mãe.
O bebê seguiu com dor em casa, segundo a mãe, mas foi medicado e conseguiu dormir um pouco após uma massagem.
“Não deu nem meia hora e ele acordou gritando muito, com a boca roxa. Logo percebi que estava com falta de ar, corremos para o hospital”, comenta.
Quando chegaram, segundo Camila, o bebê não respirava mais.
— “Quando a gente chegou lá, ele já não estava respirando. Só entreguei ele para os médicos, todo mundo foi, deu a atenção que teria que dar, chamaram o Samu, ficaram mais de uma hora fazendo reanimação, não adiantou. O meu filho não voltou. O meu filho morreu nos meus braços, com diagnóstico de gases. Já viu gases matar alguém? Na segunda-feira [28], saiu o laudo da causa da morte, saiu que tinha sido pneumonia bilateral” — disse Camila Guedes Correia, mãe da criança, à NSC TV.
Hospitais envolvidos negam negligência médica na morte da criança
Instituto Maria Schmitt, organização à frente do Hospital Florianópolis:
“O paciente foi recebido para atendimento no HF no dia 23/08 com sintomas gripais, em bom estado geral, sendo liberado com orientações. Em 26/08 foi reavaliado, permaneceu na unidade para realização de radiografias e exames laboratoriais, sendo constatada estabilidade do quadro naquele momento e sendo realizadas orientações para os familiares. Em 27/8, ao retornar, foi constatada a necessidade de encaminhamento ao Hospital Infantil Joana de Gusmão”, escreveu, em nota.
Hospital Infantil Joana de Gusmão:
“A Direção do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) informa que, conforme os registros em prontuário médico, não foi evidenciado nenhuma prática indicativa de negligência, imperícia ou imprudência”, escreveu à reportagem da NSC TV.
O óbito foi constatado no domingo dia 27 de agosto.